Incubadora reforça apoio às novas tecnologias
12/08/2008
Fonte: Cruzeiro do Sul – SP, seção: Economia, 12 de agosto de 2008
O Núcleo de Desenvolvimento Empresarial/Incubadora de Empresas de Sorocaba (Intes), funciona desde 2003 e já consolidou-se com um aliado na concretização de novos negócios na cidade e no fortalecimento de micro e pequenas empresas de base tecnológica. Por ser este o perfil da incubadora local.
Atualmente, 10 empresas estão incubadas, empregam juntas 21 funcionários, e, em 2007, o faturamento da Intes foi de mais de R$ 1 milhão. Somente entre janeiro e maio deste ano, as incubadas faturaram R$ 249.310,22, informa o coordenador da incubadora, Carlos Alberto Costa.
Esse modelo de apoio aos empreendedores será expandido com a criação do Centro de Coordenação das Incubadoras de Sorocaba (Cecis), que deverá começar a operar até o final de 2009, atrelado ao Parque Tecnológico de Sorocaba, dentro dos conceitos de Incubadora Corporativa, Incubadora de Cooperativas, Incubadora de Idéias e Incubadora de Não Residentes. Vamos criar uma nova cultura de empreendedorismo, fomentar novos tipos de gestão e o uso de ferramentas inovadoras, destaca Costa.
Ele acrescenta que esse trabalho já está sendo feito por meio do Pólo de Desenvolvimento e Inovação (Podi), instalado em outubro de 2007, e que abriga a Agência de Inovação (Inova Sorocaba), e será incrementado com a instalação do parque tecnológico, na zona norte da cidade.
Avalia Costa que as perspectivas são muito positivas. A incubadora já está inserida num contexto tecnológico mais amplo, que é o Podi, o que garante-lhe uma visibilidade maior, tanto em Sorocaba como na região, e isso beneficia as empresas incubadas, porque as parcerias com outras instituições ficam mais facilitadas. Refere-se aos convênios com universidades, institutos de desenvolvimento de pesquisas e inovação tecnológica locais e de outros municípios.
Frisa, ainda, a inserção nacional do Podi e da incubadora, por meio de eventos da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec). E o funcionamento do parque tecnológico induz à realização de novos projetos nas incubadoras e a ampliação do seu trabalho, enfatiza o coordenador. O nosso otimismo está ligado a essa nova cultura que estamos tentando implantar em todo sistema de desenvolvimento e inovação. E a incubadora está inserida nesse ambiente, sendo um dos principais ativos desse movimento, categoriza.
Softwares e MáquinasAtualmente encontram-se na Intes as empresas Abutua Tecnologia (softwares livres), FazSoft Engenharia de Software (soluções informatizadas), Dandelion (pesquisa em saúde), Jackie-O, Soroplasma (corte a plasma), Protolab (propriedades térmicas), Triunfo Ferramentaria (máquinas gráficas), NGE (consultoria e informática), Ecolabs (dispositivos para economia de energia) e Pentagonal Ecowood (industrialização e comercialização de madeira plástica).
O diretor da FazSoft, Tiago Silva Almeida, conta que está na incubadora há um ano e que a estrutura da Intes ajudou a sua empresa a crescer. O mercado está aquecido, já temos uma boa clientela em Sorocaba, e, entre as principais conquistas, temos como clientes empresas como a Gerbô, Sorotrans, Mediclin, Academia Central, entre outras, cita. Ele trabalhava há 12 anos com desenvolvimento de softwares, iniciou a empresa com 2 funcionários e já contratou mais 3.
Os pedidos de projetos também aumentam e Almeida já prevê ter o seu portfólio de clientes expandido em pouco tempo. Entre os novos produtos da FazSoft está um programa de saúde ocupacional, antecipa.
Fabricar máquinas gráficas, reformá-las e fazer a manutenção, além de fornecer peças de reposição, dispositivos especiais e usinagem de precisão são tarefas de outra incubada, a Triunfo, de propriedade do empresário Carlos Alberto da Silva. Mesmo incubado, ele já busca a certificação de qualidade ISO 9000. A empresa tem 13 anos, mas há 3 resolvemos buscar o apoio da incubadora, principalmente pelos cursos na área de gestão e hoje trabalho com mais segurança, admite.
Madeira PlásticaNum sistema de pré-incubação está a empresa Pentagonal Ecowwod, representante da Deutschsul Ecowood, que desenvolve uma experiência na área de processamento de polímeros, para a fabricação de madeira plástica, ou ecológica.
O produto destina-se à aplicação nas áreas de construção civil, agropecuária, indústria de móveis, transporte rodoviário e ferroviário, e atende também os setores de transmissão de energia, agropecuário, de embalagens para transporte e armazenamento de carga, entre outros, com o objetivo de viabilizar a substituição da madeira de origem vegetal, extraída de fontes não renováveis, por um produto onde se aplica materiais recicláveis na sua obtenção, destaca o empresário Wilson Zonfrilli, responsável pelo projeto na incubadora de Sorocaba.
Esta nova técnica de processo, denominada de intrusão, diferencia-se principalmente pela capacidade de utilizar os resíduos industriais nos processos usuais, desde plásticos mistos agregados a cargas vegetais, minerais e animais, detalha Zonfrilli.
Assim, o produto Ecowood é uma madeira sintética, ecologicamente correta e conhecida internacionalmente como Wood Plastic Composite (WPC) e é fabricada à base de resíduos plásticos com cargas. E pode ser usada na fabricação de casas, estábulos, galinheiros, piers, decks para piscinas, barcos pesqueiros, dormentes para linhas férreas, pallets, bancos e mesas, entre outras aplicações, completa Zonfrilli.
Incubados Têm Novos ParceirosAlém do respaldo técnico-administrativo oferecido pela Incubadora aos empresários, por meio do Podi, do Escritório Regional do Sebrae/Sorocaba, de várias instituições de ensino locais, eles passaram a contar também com orientações na área de gestão, através dos alunos e professores da Academia de Ensino Superior.
O coordenador da Intes detalha que esse convênio permite aos incubados dispor de um apoio técnico voltado para problemas específicos relacionados à administração dos negócios. Fizemos uma parceria com a Academia de Ensino Superior e a empresa júnior da faculdade, a Orion - Consultoria Empresarial, vai apoiar os empresários na área de vendas e marketing, informa.
Os alunos têm o conhecimento teórico dos assuntos e precisam colocar em prática, e os incubados, por sua vez, têm essa necessidade, mas pouco valor financeiro para investir nessa área. Com isso, será possível dinamizar a comercialização dos produtos e serviços dos incubados e fazer com que também os universitários tenham a oportunidade de vivenciar situações reais do mundo empresarial, justifica Costa.
Vivência O diretor de Relacionamento e Mercado, da Academia de Ensino Superior, David Mesa Wersehgi, destaca que a instituição preocupa-se com a evolução do aluno que se forma e como ele transitará pelo mercado de trabalho. E a parceria com a incubadora colocará os estudantes dentro da realidade das empresas.
Diretor de Graduação Tecnológica da Academia, o professor Antero Sewaybricker Todesco, frisa que a Academia não teria como promover essa inserção sem ter o contato direto com as empresas. A partir do momento em que a instituição de ensino passa a estreitar o relacionamento com as empresas, passa a entender a necessidade dela e a adequar as grades curriculares para essas necessidades, enfatiza.
Informa Todesco que os professores da Academia são profissionais em atividade no mercado de trabalho e levam a experiência do dia-a-dia das empresas para dentro das salas de aula, com mecanismo de estudo de casos, o que propicia maior desenvolvimento dos alunos nas suas áreas de estudo e pesquisa.
O coordenador de áreas econômicas e relações acadêmicas do Podi, Sérgio Mattos, reforça que a parceria insere-se nos objetivos do Podi de juntar o Poder Público, as empresas e as instituições de ensino e pesquisa e que os resultados obtidos até aqui têm sido bastante satisfatórios.